FENAG divulga nota sobre cobrança de metas durante a pandemia
Na última sexta-feira (05), a FENAG divulgou nota acerca da cobrança de metas e ranqueamento de resultados durante a pandemia, que já começa a ocorrer em razão dos ensaios de retomada de algumas atividades econômicas e sociais para atenuar os impactos do isolamento social neste sentido. De acordo com a federação, em um contexto em que o Brasil segue confirmando milhares de casos dia após dia, é inadmissível que a Caixa adote tal postura, exatamente como antes da pandemia de COVID-19. Confiram, na íntegra, o posicionamento da FENAG:
"Já se ensaia a retomada de algumas atividades econômicas e sociais, de forma contingenciada, o que não garante, em absoluto, a eliminação do risco de contágio da COVID-19. Tal movimento se dá, apenas, para atenuar o impacto acarretado pelo isolamento social, o que não deve ser entendido como retorno à normalidade. Hoje, o Brasil atingiu o segundo lugar em casos confirmados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro lugar em número de mortes, se aproximando perigosamente do Reino Unido, que hoje ocupa o segundo lugar.
Neste contexto, é inadmissível que a Caixa esteja procedendo cobrança de metas e ranqueamento de resultados, exatamente como antes da pandemia. Enquanto o confinamento social for imperativo, a realização de novos negócios é insignificante, estando restrita à demanda espontânea dos clientes. Exigir dos gestores alavancagem de resultados requer investimento de tempo e energia, do qual não dispõem, haja vista o cenário emergencial que se estabelece. O que a sociedade espera da Caixa, neste momento crítico, é que esta cumpra seu papel de executora de políticas públicas. Os gestores da Caixa têm se empenhado em dar conta da missão que lhes foi confiada, conscientes da sua importância para o país, em meio à mais grave crise sanitária de sua história.
O pagamento do Auxílio Emergencial atinge níveis que o tornam referência no exterior, sem que sejam descuidadas as demais ações de atendimento social. Não se está aqui pregando a exclusão das atividades negociais, mas, apenas, ponderando que o momento exige cautela e foco no essencial. As agências estão totalmente dedicadas a acolher os cidadãos carentes que buscam os recursos necessários à subsistência de suas famílias.
O horário de abertura foi antecipado em até quatro horas, dependendo da região, sendo obrigatória a presença do gerente geral para assegurar o cumprimento das diretrizes da administração. Como se não bastasse o trabalho continuado em feriados e fins de semana, agora os gestores são obrigados a prorrogar suas jornadas para participar de videoconferências diárias, após o fechamento das agências, quando são repetidas cobranças de metas e resultados, pelos diversos níveis negociais. O mínimo que deveria ser garantido a quem demonstra tamanha abnegação é que fosse respeitado seu horário de retorno ao lar, para que pudessem recompor suas energias.
A alegação de que os negócios não sobrecarregarão as agências não retrata a realidade, pois os sistemas disponibilizados aos empregados alocados em trabalho remoto (home-office) apresentam inconsistências que não permitem a concretização das operações. Assim, a finalização acaba tendo que ser realizada pela unidade. Como se vê, nada sustenta a atitude precoce e temerária adotada pela Caixa, não só pela ausência de elementos favoráveis ao incremento de negócios, como, também, pela evidente gravidade do quadro de saúde coletiva, que deveria exigir esforços de proteção a empregados e clientes.
A FENAG reafirma seu compromisso de colaborar com o fortalecimento e perpetuação da Caixa como empresa 100% pública, o que se faz mesmo com críticas, fundamentadas e construtivas.
FENAG – FEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE GESTORES DA CAIXA"
